“Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”, diz vereadora Marielle, antes dela mesma ser vítima de assassinato
O SINTECT-RS lamenta o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol-RJ), uma lutadora social que denunciava a violência contra negros e pobres no Rio de Janeiro. O Sindicato se solidariza com a família e amigos da parlamentar e reafirma que este é mais um crime que não pode ficar impune. A vereadora foi assassinada a tiros na noite da quarta-feira (14) no bairro do Estácio, centro do Rio.
O carro de Marielle foi emparelhado por um veículo cujos ocupantes dispararam, atingindo a vereadora e o seu motorista, Anderson Pedro Gomes, que também morreu na emboscada. Os assassinos fugiram em seguida sem levar nada, indicando que pode se tratar de uma execução. A própria polícia afirmou não se tratar de assalto. No sábado (10), Marielle havia denunciado uma ação truculenta da PM na Favela de Acari.
Como vem sendo alertado desde que o governo Temer determinou a ocupação militar no RJ, o assassinato de Mariele demonstra mais uma vez que esta intervenção, ao contrário de garantir segurança à população, só gera repressão e violência aos pobres e negros nas periferias e aos militantes dos movimentos sociais.
A morte de Marielle é responsabilidade não só daqueles que a executaram, como também de todos os governos que promoveram a intervenção no Rio de Janeiro e geram a exploração, miséria e violência no lugar de trabalho, saúde e educação.
O Sindicato se soma aos que lutam e cobram a apuração de mais este crime bárbaro. Abaixo a intervenção militar no Rio! Pelo fim da violência e da repressão contra os pobres e negros nas periferias! Fora Temer, Pezão e Crivella!
Sobre Marielle
A vereadora foi a quinta mais votada do Rio nas eleições de 2016 e era uma referência para o movimento negro e feminista. Ela recebeu mais de 46 mil votos. Na Câmara dos Vereadoresdo RJ, presidia a Comissão da Mulher e também assessorou o deputado Marcelo Freixo na coordenação da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do RJ (ALERJ).
Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), teve dissertação de mestrado com o tema “UPP: A redução da favela a três letras”. Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da MAré (Ceasm).
Na terça-feira (13), ainda escreveu em seu twitter: “Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”.
Assessoria de Comunicação
15/03/2018 12:20:49