Discurso do déficit dos Correios é agenda de privatização
Para trabalhadores, objetivo em misturar provisionamento com despesa, tem como objetivo manipular a contabilidade para forçar a privatização
No dia 20 de março a direção da empresa anunciou uma reestruturação que pretende cortar 20 mil postos de trabalho, fechar agências e terceirizar parte dos serviços. Segundo matérias divulgadas na imprensa, o argumento para estas iniciativas é o de que a empresa é deficitária e, por isso, é necessário cortar custos. Para isso, a atual gestão quer cortar o quadro atual de 105 mil trabalhadores para 85 mil.
Para a FENTECT este argumento não convence. De acordo com a entidade, a estatal tem apresentado resultado contábil negativo porque os cálculos seguem regras do mercado mundial. Medidas como provisionamento de gastos para o futuro, levando em conta trabalhadores que estão aposentados, que estão se aposentando e que irão se aposentar, joga para cima qualquer previsão, mas isso não significa que a empresa é deficitária. Há diferença entre o que é provisionado e o que é efetivamente gasto.
Enquanto isso, serviços do governo que poderiam ser entregues aos Correios, por opção do governo, são feitos por empresas privadas. Somente algumas medidas, como entrega de livros e remédios pelos Correios, contratadas pelo governo, geraria um caixa de cerca de R$ 40 bilhões.
Estas medidas deixam claro que o objetivo deste governo, é a privatização da empresa.
A Federação chama atenção para as contradições do discurso do governo que prega o “nacionalismo”, mas desmonta a empresa, terceiriza e abre caminho para as empresas privadas assumirem.
O Correios e a única instituição pública presente em todos os municípios brasileiros e com condições de atender todo o território nacional. Uma redução no quadro de trabalhadores significa desemprego e queda na qualidade dos serviços prestados à população e, para os trabalhadores, significa ainda mais precarização das condições e sobrecarga de trabalho.
O último concurso para os Correio foi realizado em 2011. De lá para cá houve diversas aposentadorias e desligamentos através dos planos de demissão voluntária.
Para o SINTECT-RS, a categoria precisa estar ciente destes movimentos, acompanhando os desdobramentos e iniciaivas do governo e mobilizada, fortalecendo e participando de suas entidades sindicais, para organizar a luta e a resistência ao fim dos Correios público.
Assessoria de Comunicação
28/03/2019 13:58:22