Carta aos sindicatos das trabalhadoras e trabalhadores de Correios
Nosso país atravessa um momento histórico bastante conturbado, onde a tônica é a instabilidade e a polarização social.
Nossa classe e nossa categoria tem observado o desmonte em conquistas históricas: PEC 55, a terceirização, a reforma trabalhista que começará a vigorar a partir de novembro; e a reforma da previdência que está por vir.
Isso tudo promovido por um governo que ataca nossos direitos para favorecer bancadas no congresso nacional e todos aqueles que financiam suas candidaturas à serviço dos patrões. Esse governo criminoso é acobertado por um congresso corrupto e um judiciário a serviço dos ricos.
E nesse contexto está a nossa luta, a luta dos ecetistas e de suas famílias. A luta por manter os direitos, a luta por ter dignidade, a luta por possibilitar uma vida decente para nossos filhos.
A ECT por medo da mobilização da categoria está tentando usar o TST de seu testa de ferro e garantir que o tribunal imponha a cobrança no plano de saúde. Mas o tribunal não propõe só isso, quer garantir que tenhamos 5 meses de defasagem em nossos salários, que serão corroídos pela inflação, já que propõe que a negociação seja retomado somente em janeiro do próximo ano e ainda diz que a ECT terá prejuízos.
O TST diz que garantirá nossos direitos, mas omite o fato de que até lá a reforma trabalhista estará em pleno vigor, e a ECT certamente usará a nova lei para impulsionar ainda mais ataques contra nossa categoria.
A classe trabalhadora possui uma arma poderosíssima – nossa luta e união. O TST sabe disso e quer garantias de que não a usemos. Com tudo isso fica claro que TST e ECT andam de mãos dadas.
Por isso nós do Sintect/RS dizemos não à proposta do TST.
Mas para sairmos vitoriosos desse processo precisamos da mais ampla unidade entre os sindicatos. Precisamos que todos rejeitem a proposta do TST e imponham a Guilherme Campos que sente à mesa e negocie com os trabalhadores.
Não podemos permitir que seja cometido os mesmos erros da greve de 43 dias contra a criação da Postal Saúde. Os sindicatos que não aderiram à aquela luta devem rever suas atitudes para que este ano não tenha o mesmo desfecho.
Precisamos de uma grande unidade entre os ecetistas e o conjunto da classe, para barrar a privatização que assola nossa empresa e tudo o que é público, por contratações por concurso público, contra a retiradas de direitos, por salário digno. Vamos à luta!
Carta aprovada nas 7 assembleias do Sintect/RS na noite do dia 23/08/2017.