SAIU NA IMPRENSA: Temer manda apurar gastos de diretores dos Correios no exterior

O presidente Michel Temer ficou extremamente irritado quando foi avisado por seus assessores sobre uma viagem de um grupo de executivos dos Correios para o exterior num momento em que a estatal anuncia um forte processo de corte de custos, inclusive suspendendo férias de funcionários e reduzindo horas extras.

Os assessores de Temer mostraram a ele fotos postadas pelo vice-presidente Corporativo dos Correios, Eugenio Walter Pinchemel Montenegro Cerqueira, no Facebook, como se estivesse fazendo turismo e não trabalhando. Chamou a atenção do Palácio do Planalto o fato de Eugenio aparecer no Facebook exaltando as belezas de Berlim e de Hanôner, quando deveria estar em Leipzig, Alemanha.

Temer, segundo auxiliares, cobrou explicações do presidente dos Correios, Guilherme Campos. Esse tipo de fato, no entender do Planalto, gera muitas críticas e desgastes desnecessários, sobretudo porque a estatal entrou no rateio do governo para conseguir votos no Congresso para projetos importantes, como a reforma da Previdência Social.

Esbanjamento

Os Correios justificam que a viagem de seus executivos para quatro países da Europa faz parte da estratégia da empresa de reestruturar os negócios. “Os Correios esclarecem que a missão técnica à Europa, formada por vice-presidentes e chefes de departamento, tem por objetivo conhecer as melhores práticas de hubs aéreos de carga. O conhecimento adquirido vai ajudar os Correios na implantação do Projeto Hub Brasil, no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP)”, justifica.

Para o Planalto, porém, o momento não é para esse tipo de gastança. Os Correios enfrentam sua maior crise, com prejuízos acumulados de mais de R$ 4 bilhões, restringindo benefícios aos funcionários e exigindo esforços de todos. “É inaceitável ver esse tido de esbanjamento nas redes sociais”, diz um assessor do presidente da República.

Desde que a atual diretoria dos Correios tomou posse, tem sido um desgaste atrás do outro. Vários dos vice-presidentes não teriam conhecimento técnico para exercerem suas funções e não se encaixam na lei das estatais, aprovada recentemente pelo Congresso.

 

Fonte: Correio Braziliense

Nara Soter