84% da população brasileira tem algum preconceito contra mulheres

84% da população brasileira tem algum preconceito contra mulheres

No mundo, esse percentual sobe para 90%, apontado o tamanho da luta das mulheres por mais igualdade e contra a discriminação.

Um documento da ONU/Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), publicado dia 12 de junho, apresentou um dado alarmante em seu relatório sobre “Índice de Normas Sociais de Gênero”. Segundo o estudo, mais de 80% da população brasileira manifesta preconceito contra mulheres. E no mundo, o número é ainda pior, chega a 90%.

Quase metade dos pesquisados acreditam que os homens são melhores como líderes políticos, 25% acreditam que é justificável agredir suas parceiras e duas em cada cinco pessoas acreditam que eles também se saem melhor como executivos.

Segundo o Pnud, essa relação de preconceito não diminuiu desde a última década e gera obstáculos para as mulheres que vêm reduzindo seus direitos em muitas partes do mundo com movimentos contra a igualdade de gênero ganhando força.

REFLEXOS NA REPRESENTAÇAO FEMININA

Este cenário também reflete na representação feminina em posições de liderança. Em média, a proporção de mulheres como chefes de Estado ou de governo se manteve em torno de 10% desde 1995. No mercado de trabalho, elas ocupam menos de um terço dos cargos gerenciais.

O Brasil foi o único país de língua portuguesa do estudo e mostra uma situação não menos preocupante em quatro dimensões analisadas: integridade física, educação, política e econômica.

No geral, apenas 15,5% da população do Brasil afirma não ter preconceito contra as mulheres, um avanço de 5% desde 2012.

A pior avaliação foi no quesito físico. Em média, mais de 75% dos brasileiros entrevistados têm preconceitos em questões de violência e direito de decisão sobre ter filhos. Já mais de 9% avaliam que ter nível universitário é importante apenas para os homens.

Sobre a participação feminina na política, 39% dos entrevistados acreditam que mulheres não desempenham este papel tão bem quanto os homens no Brasil.

Além disso, 31% dos brasileiros acham que homens têm mais direito a vagas de trabalho ou são melhores em cargos executivos.

O resultado que aponta o tamanho do preconceito inclui também mulheres, que reforçam esse tipo de discriminação, aliás como se pode ver no Congresso brasileiro, onde parlamentares mulheres votaram contra o projeto de lei que iguala os salários das mulheres com o dos homens para as mesmas funções.

O estudo mostra, acima de tudo, o tamanho do desafio e o quanto a luta pela igualdade, contra o machismo e o preconceito são necessárias no Brasil e no mundo. Somente superando estas questões se poderá caminhar para uma sociedade mais humana, mais justa e igualitária. E o SINTECT-RS convida todos os trabalhadores e trabalhadoras do Correios para somarem nestas trincheiras.

Assessoria de Comunicação

14/06/2023 21:14:13

Nara Soter

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