8 de março: Dia Internacional da Mulher

Participe do ato dia 8 de março, com concentração às 17 horas, no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre

Nesta sexta-feira, 8 de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher. A data é um momento importante para refletir sobre as conquistas das mulheres e do quanto há ainda de caminhada para que elas tenham respeitados os seus diretos e os seus espaços.

A data esse ano se torna ainda mais significativa, especialmente frente aos retrocessos que estão sendo apontados pelo novo governo, no que diz respeito às decisões das mulheres sobre seus corpos, sobre suas vidas e sobre seus direitos.

Retrocessos e violência

Estamos vendo retrocessos em relação ao tema do aborto e do direito das mulheres de decidirem sobre seu corpo. Mais de 10% das mulheres trabalhadoras morrem ou ficam com sequelas irreversíveis devido a abortos clandestinos. Pela vida das mulheres trabalhadoras aborto legal já!

Não por acaso, estamos vendo crescer os casos de feminicídio. Somente nos primeiros 30 dias de janeiro de 2019, já haviam sido mais de 107 casos. De acordo com a pesquisa, 68 casos foram consumados e 39 tentados. Há registros de ocorrências em pelo menos 94 cidades, distribuídas por 21 estados. Os agressores são, no geral, os próprios companheiros e a violência acontece dentro de casa. E os casos não param de crescer e cada vez mais com requintes de crueldade. Esta é uma luta urgente e necessária.

Lutar contra as reformas

Temos que lutar também contra as reformas que atingem o conjunto da classe trabalhadora, como a reforma da previdência, cujo resultado é nefasto para todos os trabalhadores, mas que é ainda pior com as mulheres, trabalhadoras da cidade e do campo.

A reforma da previdência atinge fortemente as mulheres. Pelas regras de transição apresentadas pelo governo, elas vão trabalhar mais sete anos e contribuir mais 10 para ter aposentadoria integral. Pelas regras atuais, uma mulher de 55 anos e com 25 anos de contribuição teria de trabalhar mais cinco anos para se aposentar por idade e conseguir receber o benefício integral. Ou seja, estaria aposentada aos 60 anos e com 30 anos de contribuição.
Segundo economistas do DIEESE, a reforma rompe um pacto histórico com a maioria da sociedade e rompe de vez com o Estado de Bem-Estar Social.

O regramento busca igualar as idades, entre homens e mulheres, porque desconsidera a tripla jornada das mulheres na sociedade. E as regras atingem também as que já estão aposentadas, já que a proposta mexe com outros fatores como mecanismos para que os aposentados que seguem trabalhando não recebam mais os 40% do FGTS em caso de rescisão.

Situação da mulher negra é ainda pior

A situação das mulheres negras é ainda pior. Elas são as que mais sofrem com toda opressão machista e racista e a exploração em nome do capitalismo. Por isto devemos tomar às ruas no dia 8 de março.

Estão ainda na mira de serem liquidados – ou já foram liquidados – inúmeros programas sociais que atingem principalmente as mulheres, hoje responsáveis pela manutenção de mais da metade dos lares brasileiros. Nós mulheres sofremos com a dupla e a tripla jornada, com a informalidade e a terceirização do trabalho. Abaixo a reforma trabalhista que piora ainda mais nossa situação!

Dia, todas e todos nas ruas!

A luta das mulheres é permanente e exigem engajamento de todos. E o 8 de março é um dia para lutar e propor uma reflexão sobre a necessidade de avançar nas conquistas e em políticas direcionadas para a superação das desigualdades e da discriminação por gênero, do machismo e da violência que mata.

Companheira trabalhadora, neste 8 de março, devemos tomar às ruas contra a reforma da previdência, pois seremos as mais atingidas com aumento do tempo de contribuição e da idade mínima.

Pelo direito a decidir sobre seu corpo, contra a violência e o feminicídio, pelos direitos e contra a reforma da previdência e trabalhista, chamamos a todas e todos a participarem do ato do dia 8 de março, às 17 horas.

Assessoria de Comunicação

05/03/2019 13:42:39

Nara Soter