25 de julho: Dia Internacional da Mulher Afro-Latina, Americana e Caribenha
Mesmo representando a maior parcela da população, as mulheres negras permanecem sendo as mais exploradas e negligenciadas socialmente. A frente e por trás disso, o racismo e preconceito, cada vez mais arraigados. E o dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Afro-Latina, Americana e Caribenha, é uma boa oportunidade para a reflexão sobre essa situação.
No país, elas são 55,6 milhões, chefiam 41,1% das famílias negras e recebem, em média, 58,2% da renda das mulheres brancas (dados de 2015, do documento Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada/Ipea).
Quando observamos os dados de homicídios, os dados não são nada animadores. De acordo com o Atlas da Violência 2019, foram registrados 4.936 assassinatos de mulheres em 2017, sendo que 66% das vítimas é negra, morta por armas de fogo, tendo boa parte acontecido dentro de casa. Na política, dados da campanha Mulheres Negras Decidem apontam que, em 2018, dos 513 parlamentares, apenas 10 eram mulheres negras.
No mercado de trabalho, de acordo com o Dieese, em 2017, se observa que as mulheres negras voltam a enfrentar taxas de desemprego (21,1% da Força de Trabalho negra feminina) muito mais altas que as mulheres não negras (11,1%) e do que os homens não-negros (9,4%), tornando-se assim o grupo mais vulnerável ao desemprego.
Resistência e luta
O 25 de julho lembra os desafios, as dores, e unifica as mulheres negras. É um momento importante para debater os meios para superar a opressão histórica que opera em diversos níveis sobre as mulheres negras. Se o momento político é desfavorável para os ativismos, não é novidade para as mulheres negras, acostumadas a cavar espaços sem contar com muita empatia.
Em 1992, na cidade de Santo Domingo, na República Dominicana, no Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, criou-se a Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, onde definiu-se o dia 25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. No Brasil, oficializou-se a data em 2014, quando a então presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.987 determinando o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Tereza de Benguela, foi uma mulher quilombola, rainha e chefe de estado, que viveu no século XVIII no Vale do Guaporé. Ela liderou o Quilombo de Quariterê, no estado do Mato Grosso, que resistiu da década de 1730 até o final do século.
Assessoria de Comunicação
25/07/2019 14:09:31