VIDAS NEGRAS IMPORTAM – Desemprego é maior entre negros e negras

VIDAS NEGRAS IMPORTAM – Desemprego é maior entre negros e negras

Dados do IBGE apontam que a taxa de desocupação da população parda ou preta é historicamente maior do que a de brancos. E no governo Bolsonaro, esta situação tem piorado muito. Em 2020, no auge da pandemia, este percentual chegou a 71,2%, o maior da série histórica do Instituto, que acompanha os dados desde 2012. O percentual é 48% do que a desocupação da população de cor branca.

RESULTADO DO RACISMO

Apesar do aumento da escolaridade que vinha ocorrendo antes da eleição de Bolsonaro, impulsionado por políticas de acesso, os negros continuam sendo maioria entre os desempregados, segundo especialistas, por um preconceito sistêmico. Segundo a pesquisadora de relações étnicas, Edilene Machado, no mercado de trabalho, a cor da pele ainda é uma barreira quase intransponível. Com pós-doutorado em relações étnicas, Edilene diz que o alto grau de desemprego da população negra não pode ser justificado somente pela pandemia. “É resultado do racismo, que veio desde o Brasil Colônia e da República”, explica ela.

No início deste ano, os negros representaram 72,9% dos desocupados do país, de um total de 14,1 milhões de pessoas nessa situação.

PIOR AINDA PARA AS MULHERES

Dados do PNAD apontam que se a situação é ruim para os negros, é ainda pior para a mulher negra. Elas são maioria entre os desocupados. Para a doutora, uma situação cruel, já que as mulheres negras estão na base, sustentando suas famílias e na maioria dos casos com trabalhos precarizados, além de serem invisibilizadas. Mesmo entre as com escolaridade mais alta, a mulher negra também fica para trás. “Em um país racista e machista, primeiro, a vaga é do homem branco; depois, da mulher branca; o homem preto ainda vem antes da mulher preta. E mesmo se a mulher preta for mais qualificada, ela ainda será preterida”, complementa.

NÃO ÀS CHIBATADAS, SIM ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS

O feitor que ocupa a Fundação Palmares, Sérgio Camargo, recentemente, ao se referir a um castigo para os pichadores, defendeu que eles deveriam ser chicoteados, como no tempo da escravidão. Esse tipo de pensamento representa a visão do governo Bolsonaro, para quem negro deve ser pesado em arrobas e, segundo ele, “não serve nem para procriar”.

A solução para caminhar na direção da superação do racismo, passa, portanto, pela conscientização de que o Brasil é um país racista, inclusive nas suas instituições, e que precisa de políticas públicas de superação desta condição.

Os negros e negras têm que ocupar seus lugares na sociedade e os brancos têm que reconhecer seus privilégios e lutar também contra isto. Políticas afirmativas, de acesso e de cuidados específicos com a população negra são necessárias e urgentes. É preciso exigir e lutar, porque estas mudanças não virão da boa vontade de governos de plantão.

Tanto que alguns avanços que foram importantes neste sentido, garantido em governos anteriores fruto de muita luta e resistência do povo negro, foram desmontados pelo governo Bolsonaro. Por isso, a superação do racismo, passa pelo Fora Bolsonaro racista e sua trupe de feitores, como Sérgio Camargo.

Assessoria de Comunicação

16/11/2021 19:57:48

Nara Soter

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