SINTECT-RS presente em ato contra a violência policial
Dirigentes do SINTECT-RS, trabalhadores e trabalhadoras do Correios participaram, no final da tarde da quinta-feira (24), do ato pelo fim da violência racista da polícia contra o povo negro. A atividade foi realizada na Esquina Democrática, no Centro Histórico de Porto Alegre.
O ato foi uma resposta aos recentes assassinatos de pessoas negras em locais como Rio de Janeiro, São Paulo, e ao recente assassinato de mãe Maria Bernadete, no Quilombo Pitanga dos Palmares, na região metropolitana de Salvador. Infelizmente, estes são apenas alguns exemplos, mas diariamente jovens, adolescentes e até crianças das periferias morrem pela violência policial, por bala perdida que sempre acham vidas negras e pobres das favelas.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) o índice de mortes violentas intencionais em todo o país, em 2022, foram registrados 47.508 casos e 76,5% das vítimas eram negras. Esta população é, também, o principal grupo vitimado pela violência, independentemente da ocorrência registrada, e representaram 83,1% das vítimas de intervenções policiais.
Em Porto Alegre, uma pesquisa realizada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) sobre a abordagem policial em seis territórios da Região Metropolitana de Porto Alegre, entre 2015 e 2023, aponta que ser negro, jovem e ter tatuagem são as três principais características que levam uma pessoa a ser considerada suspeita.
O ato em Porto Alegre, que ocorreu também em outras cidades, fez parte de uma série de manifestações em todo Brasil, chamada de Jornada Nacional de Luta Pelas Vidas Negras. Entre as reivindicações do movimento estão a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais nos uniformes de policiais para prevenir casos de abuso de poder e violência e a proibição de operações reativas, com caráter de vingança em casos de mortes de policiais e invasões em comunidades.
Manifestaram-se durante o ato, organizado por entidades como o Movimento Negro Unificado (MNU), Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro), União de Negros pela Igualdade (Unegro) e Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma), entre outras, lideranças de religiões de matriz africana e representantes do Fórum Ecumênico ACT – Brasil, parlamentares estaduais e federais, lideranças sindicais e dos movimentos sociais.
O SINTECT-RS tem uma importante luta contra o racismo e estas mortes representam o grau máximo de punição e perseguição de pessoas apenas pela cor da pele, que não mais ser aceita pela sociedade. Basta de racismo. Basta de mortes na periferia! Basta de violência policial!
Assessoria de Comunicação
25/08/2023 09:19:00