Assembleias decidem rejeitar proposta, aprovar estado de greve e fortalecer mobilizações

Assembleias decidem rejeitar proposta, aprovar estado de greve e fortalecer mobilizações

Os trabalhadores e as trabalhadores de Correios rejeitaram, por unanimidade, nas assembleias realizadas no dias 23, em Porto Alegre e subsedes, e 24 de agosto, em Santa Cruz do Sul, a proposta da empresa para a Campanha Salarial 2023. Entre outros itens, a proposta não atende as reivindicações em relação ao plano de saúde, ofereceu um reajuste rebaixado de 3,18% apenas para janeiro de 2024 e não inclui nenhum indicativo de concurso público. Além da rejeição da proposta, os trabalhadores aprovaram estado de greve e realização de uma nova assembleia dia 12 de setembro. A assembleia de Porto Alegre também foi transmitida ao vivo pelo Facebook do Sindicato.

Durante a abertura, os dirigentes da mesa falaram sobre a negociação e destacaram que apesar de terem sido resgatadas algumas cláusulas, até com alguns avanços, nos pontos que refletem na recuperação salarial e na saúde dos trabalhadores, a empresa apresentou uma proposta rebaixada, que divide a categoria e mantém a situação de precariedade para os ecetistas.

Eles lembraram que nos últimos tempos o Sindicato tem percorrido os locais de trabalho, conversando com os trabalhadores e as trabalhadoras, mobilizando para a campanha salarial, alertando que, apesar de um novo governo, nada estava garantido. Nestas visitas têm crescido o número de problemas identificados que vem sendo vivenciado por todos no dia a dia de trabalho.

Reiteraram que a campanha por Concurso Público Já para todos os cargos deve ser feita em paralelo com a campanha salarial, já que as duas dialogam com melhores condições de trabalho. Situação evidente com a falta de pessoal generalizada e a anomalia de termos unidades com mais mão de obra terceirizada que de concursados. Nesse sentido, propuseram uma ampliação do debate com a sociedade, através das câmaras de vereadores, assembleias legislativas e congresso nacional. Para os dirigentes, a luta por concurso público é tão importante quanto a luta contra a privatização já que de nada adianta o Correios continuar público, mas só com mão de obra terceirizada.

MESMA LADAINHA

O diretor que está participando das negociações em Brasília representando o SINTECT-RS fez um relato sobre as reuniões que já aconteceram entre a empresa e trabalhadores. Segundo ele, as negociações nas questões sociais vieram com bom andamento, inclusive com avanços nas cláusulas que beneficiam as mulheres, por exemplo. No entanto, nas questões fundamentais para os trabalhadores, a empresa recuou e teve uma atitude muito parecida com as negociações anteriores.

Tanto que a proposta oficial da empresa contava com 72 cláusulas, mas mesmo antes das assembleias de deliberação, já se informou que são 69 cláusulas de fato, deixando os trabalhadores sem sequer saber quais 3 cláusulas foram retiradas.

Também foi frisada a questão do Plano de Saúde, onde a empresa divide a categoria e prepara uma verdadeira cilada com valores reduzidos para uns e aumentados para outros, mas que, na prática, atinge praticamente toda a categoria, que já não suporta mais pagar os altos valores do Plano de Saúde, uma situação que é ainda pior para os aposentados que acabam ficando desassistidos.

Houve, ainda, tentativa da empresa de não incluir o tema da CAT no Acordo Coletivo, o que foi avaliado pelos trabalhadores como uma forma de esconder o grau de adoecimento da categoria, que tem sido alarmante em função, principalmente, das precárias condições e da sobrecarga de trabalho.

Foi citado também, que os trabalhadores estão buscando reuniões com os parlamentares com objetivo de buscar caminhos para pressionar os gestores da empresa a darem andamento às negociações com outros termos, de forma a atender as principais reivindicações da categoria que foi uma das mais penalizadas pelo governo anterior.

Na sequência, e antes de a proposta ser colocada em votação, o microfone foi aberto para as falas dos participantes da assembleia que, no geral, rechaçaram a proposta e criticaram a postura da empresa.

Por fim, entre os assuntos gerais, os dirigentes convidaram a categoria a participar do ato contra a violência policial, a solidarizarem com a perseguição feita ao MST através da CPI do Congresso, e a participarem do Curso de Teatro que será ministrado pelo colega Vítor Hugo, na sede do Sindicato entre setembro e outubro.

Antes de finalizar foi feito um apelo à unidade e a mobilização da categoria para garantir os avanços buscados nas negociações, o respeito e o resgate das cláusulas e da dignidade de uma das grandes categorias do país.

Assessoria de Comunicação

23/08/2023 23:44:53

Nara Soter

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