Nem aqui, nem na Espanha, nem em lugar algum do mundo aceitaremos atos racistas!
O episódio racista envolvendo o jogador brasileiro Vini Jr. no jogo do dia 21 da La Liga, o campeonato espanhol, desta vez em um jogo entre seu clube, o Real Madrid, e o Valencia, escancarou, mais uma vez, uma prática abominável, digna de repúdio, mas que, infelizmente, em pleno meados do século XXI ainda permeia muitos setores da sociedade: o racismo.
Vini Júnior na Espanha, Jorge Floyd nos EUA, João Alberto Freitas e Seu Jorge, em Porto Alegre/Brasil são alguns exemplos dos milhares de casos racismo que ocorrem pelo mundo, desconhecendo fronteiras e que transforma a prática numa luta que deve ser mundial.
No caso de Vino, o que ocorreu foi que no início do segundo tempo do jogo, os torcedores do Valencia atiraram uma bola no campo, que paralisou a jogada, quando se pode ouvir gritos coletivos de “mono”, em castelhano e que, em português, significa macaco. Nem um pedido feito pelos alto falantes do estádio calou os racistas.
Segundo o jogador, este não é o primeiro episódio de racismo que ele sofre na Espanha. Já foram pelo menos dez episódios e, por isso, ele acusou a Liga Espanhola de não agir para punir os sucessivos episódios de racismo.
“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui”, escreveu.
ALÉM DA SOLIDARIEDADE
Atletas e autoridades em todo o mundo, prestaram solidariedade ao jogador e repudiaram as ações racistas. Mas é preciso ir além da solidariedade e do apoio nas redes sociais. É preciso exigir punições cada vez mais fortes, concretas e imediatas; cobrar medidas efetivas dos governos de todos os países contra o racismo; e punir exemplarmente os clubes e torcidas – e outros setores – que manifestam nos campos ou em outros lugares, atitudes racistas.
Publicar notas de repúdio, como fez o Real Madrid, clube de Vinicius Jr., e outros segmentos é muito pouco para uma prática tão vil. Racismo é crime de ódio e discriminação e dessa forma deve ser punido. Com rigor.
Das nove denúncias de racismo contra o atacante do Real Madrid desde 2021, nenhuma resultou em punição aos clubes envolvidos. Três foram arquivadas e seus seguem em investigação.
Não por acaso, o comando da Liga Espanhola hoje está nas mãos de Javier Tebas, reconhecido como com relações políticas com a extrema-direita espanhola e que já militou num partido de ideias autoritárias de Francisco Franco e do franquismo, regime ditatorial espanhol que perdurou entre 1939 e 1975. E isso não é acaso, como podem muito bem testemunhar os brasileiros, desde a ascensão do fascismo de Bolsonaro no país, entre 2018 e 2022, que aumentou drasticamente as estatísticas de casos de racismo e outros tipos de discriminação, com a sua política de ódio.
O SINTECT-RS tem uma política de combate ao racismo e repudia todas as formas de discriminação. Têm organizado encontros para debater a questão, como os seminários da Questão Racial e, sistematicamente, participa de atos públicos contra o racismo.
Racismo é crime!
Punição a todos os racistas!
Assessoria de Comunicação
23/05/2023 17:01:42
