Crescimento do feminicídio do Brasil indica urgência de medidas legais e institucionais que protejam as mulheres

Crescimento do feminicídio do Brasil indica urgência de medidas legais e institucionais que protejam as mulheres

Mais um março das mulheres se aproxima e o combate à violência e ao feminicídio permanece nas pautas centrais dos movimentos de luta.

No dia 26 de janeiro, o crime contra Débora Michels Rodrigues da Silva (30 anos), em Montenegro, chocou os gaúchos pela crueldade. Alexander Gunsch deixou o corpo da vítima na calçada em frente à casa dos pais. O casal tinha um relacionamento de 12 anos e estava em processo de separação. Em depoimento à polícia, Alexander, relatou que teria segurado a vítima pelo pescoço e arremessado contra um armário.

Débora e tantas outras mulheres tornam-se estatísticas da violência e crimes contra a mulher. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, são agredidas por dia no país, mais de 50 mil mulheres, muitas delas acabam mortas. É como se um estádio inteiro de futebol, só com mulheres, sofresse algum tipo de agressão a cada dia.

Os números, por si só, demonstram a gravidade da situação e a necessidade urgente de medidas políticas, legais e institucionais que protejam a vida das mulheres.

A pesquisa revelou que, em 2023, houve um salto de 11,8% em 2021, para 14% em 2023, em relação às vítimas que procuraram a delegacia. Quando questionadas quanto ao motivo pelo qual muitas delas não procuraram a polícia no momento da agressão, um número expressivo de mulheres diz não achar que a instituição possa oferecer uma resposta ao seu problema. Esses números podem ser ainda maiores, tendo em vista as subnotificações e o medo que muitas mulheres enfrentam ao buscar ajuda.

As medidas tomadas até agora – e que tiveram um brutal retrocesso nos últimos 6 anos – ainda se mostram insuficientes para acolher, amparar e proteger as mulheres da violência.

A reversão deste quadro passa por diversas medidas, entre elas a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres nos espaços de trabalho e de decisão, aumentando a autoestima delas e dando suporte financeiro para sua autonomia. Os dados apontam que muitas mulheres, se submetem a permanecer num ambiente ameaçador por não terem condições financeiras de sustentar a si e a seus filhos. Educação e capacitação também são fatores importantes no rompimento do círculo de violência.

Frente aos casos de violência, é importante denunciar, assim como apontar caminhos que as mulheres podem buscar para romper o ciclo da violência, como:

CONTATO COM A POLÍCIA: quando sua segurança estiver em risco, ligue imediatamente para o 190, número de emergência da polícia. Forneça o máximo de informações possíveis sobre o agressor e a agressão sofrida.

APOIO EMOCIONAL – converse com pessoas de confiança, como familiares, amigos ou profissionais especializados. Eles poderão oferecer suporte e orientações para ajudar você a lidar com a situação.

AUXÍLIO JURÍDICO: busque um advogado especializado em direito da mulher ou orientação nas Defensorias Públicas. O auxílio também pode ser encontrado em organizações não governamentais que atuam na defesa dos direitos das mulheres, como a Themis organização gaúcha com mais de duas décadas de atuação no combate à violência de gênero.

APOIO MÉDICO E PSICOLÓGICO: psicólogos especializados em violência doméstica auxiliam na superação dos impactos psicológicos e fornecem as ferramentas necessárias para reconstruir sua vida. Um primeiro passo pode ser a busca por uma médica da família em seu postinho de referência.

ORGANIZAÇÕES DE TRABALHADORES: os sindicatos cada vez mais voltam suas estruturas para acolher e apoiar as trabalhadoras nos casos de violência, seja doméstica, seja no espaço do trabalho. O SINTECT-RS, além de desenvolver atividades para conscientização das mulheres em seus direitos, tem em sua estrutura a Secretaria de Mulheres, assessoria jurídica e apoio médico. Esses são espaços seguros que podem ser acessados por qualquer colega, na dúvida nos procure!

Todas as mulheres precisam entender que elas não estão sozinhas. Há profissionais e instituições que oferecem apoio no caminho para romper o ciclo de violência e reconquistar sua liberdade e dignidade. Se você precisar, não hesite. Busque ajuda. O Sindicato é um aliado seu nessa luta!

Assessoria de Comunicação

01/02/2024 10:53:56

Imagem: Portal da Câmara dos Deputados

Nara Soter

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