Categoria deve continuar mobilizada pelo atendimento de suas reivindicações
No dia 3 de abril, os trabalhadores e trabalhadoras do Correios no RS deliberaram por não deflagrar greve, mas reiteraram a necessidade de a categoria permanecer mobilizada pelo atendimento de suas pautas. A decisão se deu em função do recuo da empresa em relação ao adicional de periculosidade dos motociclistas, devido à pressão dos trabalhadores, que acabou influenciando no resultado da mediação feita no TST, e, assim, o pagamento foi retomado.
No entanto, a categoria, em suas assembleias, votou que as outras pautas não fossem mediadas pela justiça, e, foi instalada uma mesa de negociação, com o intuito de avançar na reivindicações, bem como de um cronograma para a realização de concurso público para o Correios.
Além destas questões, os trabalhadores e trabalhadoras também aprovaram, na assembleia do dia 3, duas moções: uma de repúdio ao presidente do Correios, que, para os ecetistas, tem desrespeitado as representações dos trabalhadores, uma marca dessa gestão, que mantém os processos de ataque à classe trabalhadora e continua com práticas antissindicais (veja aqui); a outra, de apoio aos trabalhadores dos institutos e universidade federais que estão em greve em boa parte do país (veja aqui). Confira também, a fala do Diretor da Subsede de Santa Cruz do Sul, Moisés Marinho, na assembleia dos servidores federais.
Outro ponto indicado pela Federação foi de realização de nova assembleia no dia 11 de abril. No entanto, no dia 9, a própria FENTECT divulgou um Informe (veja aqui) orientando os sindicatos a cancelarem estas assembleias. De acordo com a entidade nacional, a decisão se deu “após consulta aos Sindicatos filiados” e, também, porque, segundo ela, a retomada do pagamento do Adicional de Periculosidade dos Motociclistas representa uma grande vitória da categoria.
No entanto, a orientação é de que todas as bases sindicais permaneçam mobilizadas como forma de fortalecer as representações na Mesa de Negociação Nacional Permanente (MNNP), que trata das reivindicações em curso, e para a Campanha Salarial que se avizinha.
FALTA COMPROMISSO
Importante lembrar que durante a última assembleia (dia 3) não faltaram críticas a postura da direção da empresa que se compromete com a categoria e não cumpre as suas próprias promessas. Diversos exemplos foram dados neste sentido. Foram, ainda, destacadas as atitudes das gerências regionais que desrespeitam orientação da própria empresa, como no caso dos levantamentos para os SDs DA MORTE, que continuam acontecendo apesar de ter sido orientado pela interrupção dos mesmos.
Sobre o concurso público, foi lembrado que outras empresas, como Caixa e Petrobrás já lançaram concurso público e, no caso da Petrobrás, os aprovados já estão até sendo chamados e já estão recebendo treinamento para assumirem seus cargos. No Correios, no entanto, o anúncio foi vago, não indicou a quantidade de vagas e nem os cargos para os quais será feito concurso e muito menos uma data limite para a realização dos mesmos. Até o momento, o que a empresa tem divulgado é que há um grupo criado para tratar este tema, mas sem definições que possam dar segurança aos trabalhadores.
NÃO ADIANTA TERCEIRIZAR A CULPA
Os trabalhadores e trabalhadoras lembraram, por fim, que não adianta mais a atual gestão ficar dizendo que tudo é herança da gestão anterior, quando, de fato, em muitos aspectos, ela vem dando continuidade à gestão bolsonarista na empresa, com perseguições (como se viu no caso do diretor sindical Jaiminho), com assédio moral, mantendo as precárias condições de trabalho, impondo as SDs DA MORTE, enganando os trabalhadores. O fato de ter recuperado a maioria das cláusulas do ACT, que já estavam consolidados e se constituem em direitos históricos dos trabalhadores, não justifica outras atitudes desta direção em relação a categoria, que continua sofrendo ataques de toda ordem.
Até o momento, o que a atual gestão tem feito é terceirizar a culpa em vez de dar encaminhamento sério e concreto às demandas da categoria.
Para os ecetistas já passou da hora para tratar as situações dos trabalhadores e trabalhadoras de forma série e comprometida. Qualquer coisa diferente disto, não passa de conversa para boi dormir e a categoria saberá responder à altura a este desrespeito. Quem leva a empresa nas costas e age com muita garra e mobilização e conseguiu impedir o Correios de ser privatizado, sabe que lutar é a única saída.
Mais respeito Fabiano!
CONCURSO JÁ
Pelo fim dos SDs da morte!
Periculosidade é um direito!
Assessoria de Comunicação
09/04/2024 22:54:01