Trabalhadores(as) de Correios encerram greve, mas mantém rejeição à proposta da empresa
Em assembleia realizada na tarde desta segunda-feira, 19, em Porto Alegre e nas Subsedes, os trabalhadores/as de Correios decidiram encerrar a greve iniciada a meia noite do dia 7 de agosto. A categoria também deliberou por rejeitar a proposta da empresa, que, entre outros pontos, não avança na questão do plano de saúde e mantém o reajuste da data-base que é em agosto, somente para janeiro, causando ainda mais achatamento no salário dos trabalhadores.
Outra importante questão especialmente para os ecetistas gaúchos, é a continuidade da falta de clareza na cláusula 61, que se tornou um problema para quem foi atingido pela enchente e precisou lançar mão do benefício constante na cláusula, que se manteve igual.
Durante as falas na assembleia, os dirigentes deixaram claro que a decisão deveria ser tomada levando em conta o cenário nacional, apesar do movimento grevista ter sido forte, com 10 sindicatos tendo entrado em greve, mas um número ainda insuficiente para fazer frente a maioria que aprovou a proposta, levando a Fentect a se posicionar pela assinatura do Acordo.
No caso da Findect-RS, que pediu mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST), foi esclarecido que além de o Sindicato não ser da base desta Federação, as decisões do TST podem não ser aplicadas a todos os trabalhadores. Por todas essas razões, e de forma responsável, a direção do Sindicato alertou que, manter a greve poderia trazer insegurança jurídica aos trabalhadores/as.
Não faltaram críticas a postura da empresa e à própria Federação, que, para os ecetistas gaúchos, mais uma vez aceitou um acordo que não tem a clareza necessária e pode repetir o que aconteceu em 2023, quando foram necessários vários aditivos, para que os trabalhadores não tivessem ainda mais prejuízo.
Inclusive, alertaram os dirigentes, em 2023, quando o SINTECT-RS foi o primeiro sindicato a rejeitar a proposta, destacaram as inconsistência do documento, que traria dificuldades para os trabalhadores/as, o que se concretizou. Mesmo assim, o acordo foi assinado, com 33 bases tendo aprovada a proposta
FORTE DEBATE – Os dirigentes assinalaram que durante os pouco mais de dois meses de campanha salarial, visitaram praticamente todas as unidades, conversando com os trabalhadores/as, esclarecendo os pontos principais da pauta de reivindicações e mobilizando a categoria, que acabou aprovando a greve.
Já durante o movimento paredista, também foram feitas diversas atividades para dar visibilidade ao movimento, denunciar a postura da empresa e esclarecer à sociedade sobre os motivos da greve.
Uma das atividades foi entregar um documento ao presidente Lula, que esteve em Porto Alegre no dia 16 último, denunciando a postura do presidente do Correios e cobrando, entre outros itens, concurso público imediato, a exemplo do que já ocorreu com outras estatais, como a Petrobrás.
Por fim, parabenizaram os lutadores de Correios que seguiram firme na luta até o final e que mostraram ao Correios e às federações que não são de fugir da briga, mesmo diante de um cenário que já se mostrava favorável à proposta, a partir do momento em que a Fentect aceitou adiar a assembleia de greve do calendário original para dar mais tempo à empresa. Mesmo assim, o Correios acabou apresentando uma proposta sem avanços importantes e manteve o desrespeito à data-base da categoria, que é 1º de agosto. A atitude da Fentect só contribuiu para dividir a luta da categoria que conquistou tudo que tem hoje com grandes greves e muita resistência. Uma resistência que os ecetistas do RS mostraram que sabem fazer e que continuará em defesa das conquistas, dos direitos e por respeito aos trabalhadores e trabalhadoras de Correios.
A luta segue sempre!
Sindicalize-se e fortaleça cada vez mais o seu Sindicato.
Assessoria de Comunicação
19/08/2024 17:33:59