SINTECT-RS representado na Marcha das Margaridas

SINTECT-RS representado na Marcha das Margaridas

O SINTECT-RS marcou presença na Marcha das Margaridas, realizada dias 15 e 16, em Brasília, reunindo mais de 100 mil trabalhadoras do campo e da cidade, entre trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, sem-terra, extrativistas, da comunidade LGBTQIA+ e moradoras de centros urbanos,  que ocuparam a capital federal. A pauta das mulheres é extensa, mas a luta para produzir e contra a violência seguem como prioridade. As reivindicações, agrupadas em 13 eixos políticos foi entregue ao governo Lula, que participou do ato de encerramento da Marcha.

O evento, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), federações e sindicatos filiados e 16 organizações parceiras, ocorre a cada quatro anos e a edição de 2023 teve como lema “Pela Reconstrução do Brasil e pelo bem viver”. A atividade é a maior ação política de mulheres da América Latina.

As principais demandas reivindicadas este ano pelas “margaridas” estão divididas em 13 eixos políticos que serão debatidos nos dois dias do evento:

  • Democracia participativa e soberania popular;
  • Poder e participação política das mulheres;
  • Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
  • Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;
  • Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;
  • Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;
  • Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;
  • Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;
  • Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;
  • Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;
  • Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;
  • Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;
  • Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
  • Para a coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, a piauiense Mazé Morais, “essa é a marcha da esperança, porque estamos muito confiantes quanto à retomada dos programas, das políticas, conquistas, que ao longo do caminhar de muita luta, nós, as margaridas, conquistamos. Infelizmente, muitas delas foram retiradas, extintas”.

MARGARIDA MARIA ALVES – Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, com 50 anos, na porta de sua casa, devido à luta pelos direitos da categoria. Desde então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade. Latifundiários da região são suspeitos do homicídio. Mas, até hoje, o crime segue sem solução e os mandantes não foram condenados.

O caso de Margarida Maria Alves chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), onde, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, se tornou um marco na denúncia das violações sistemáticas dos direitos fundamentais. Quatro décadas após o assassinato da paraibana, a secretária Mazé Morais defende a memória da sindicalista que lutou pelos trabalhadores do campo. “Margarida será sempre a nossa inspiradora e é por isso que a gente segue em marcha”.

A Marcha deste ano foi fundamental para que o Senado aprovasse, nesta quarta (16/08), a inclusão de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria (PLC 63/2018).

Assessoria de Comunicação

17/08/2023 12:55:39

Nara Soter

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