PDV nos Correio só irá piorar a situação dos trabalhadores e dos serviços

PDV nos Correio só irá piorar a situação dos trabalhadores e dos serviços

O anunciado plano de demissão voluntária (PDV) dos Correios no dia 10 de novembro, só irá piorar a situação dos trabalhadores e dos serviços prestados e é mais um sinal de que os Correios caminham rapidamente para a privatização.

Apesar de todos os alertas que os trabalhadores vêm dando ao longo dos últimos anos de que a falta de efetivos tem causado adoecimentos, precarização das condições de trabalho e dos serviços prestados, assédio moral, entre outros prejuízos de ordem pessoal, material e financeira, a empresa faz ouvidos de mercados e continua seu plano de desmonte da ECT. O PDV é agravado ainda pela falta de previsão de realização de concurso para preencher as vagas e evidencia que o objetivo e mesmo diminuir ainda mais um quadro de pessoal que já trabalha com falta de gente, que em alguns lugares chega a uma situação desastrosa. O último concurso foi realizado em 2011.

Visão meramente financista

A visão da direção da empresa é meramente financista. Ou seja, a empresa espera economizar de R$ 850 milhões e R$ 1 bilhão por ano com o PDV, mas não leva em conta a situação dos trabalhadores e muito menos a qualidade dos serviços prestados, que só tem acontecido minimamente a contento, graças a dedicação de seus trabalhadores, cada vez mais penalizados e adoecidos.

Trata-se de uma visão que ignora o que representa os Correios para os brasileiros, a sua função social – há lugares em que o único serviço público e banco presente são os Correios – e a situação dos trabalhadores. Uma visão que aumentará a sobrecarga de trabalho, os adoecimentos e a piora dos serviços prestados á sociedade. Na contabilidade da empresa só existem números, não pessoas nem população, portanto não é de se admirar que desde que assumiu, atual direção da empresa veja os trabalhadores como um peso e como único problema financeiro da empresa, os salários. Os altos salários da direção, o uso político da empresa, os desvios de dinheiro para partidos e políticos e os desmandos da gerência não são vistos como problemas.

O argumento de que a redução de pessoal será compensada pela “realocação de funcionários, automatização de processos e tecnologia da informação” é uma mentira. Como realocar funcionários quando a maioria dos setores tem falta de pessoal? Já quanto as tecnologias e novos processos, o que temos visto é o crescimento do desvio de função, da sobrecarga de trabalho e da penalização dos trabalhadores.

Num cenário onde já há uma defasagem de cerca de 20 mil trabalhadores, com a demanda crescendo, pensar num PDV é piorar o que já está ruim. Melhor faria a direção se estivesse preocupada em recuperar a empresa, em fortalecer sua participação e função social, valorizar os trabalhadores e acabar com a gestão movida apenas por interesses políticos. Estas sim, medidas que seguramente levariam os Correios para outro patamar, recolocando a empresa no lugar de destaque e de boa avaliação na sociedade.

Apesar de durante a negociação o presidente da empresa ter se comprometido de que não haveria privatização dos Correios, todos os movimentos andam nesta direção. E os trabalhadores devem estar atentos e mobilizados para resistir a qualquer ataque neste sentido. O Correios é do povo brasileiro e não pode ser privatizado.

Assessoria de Comunicação

22/11/2016

Nara Soter