Não ao fechamento do Ambulatório da Sertório

Não ao fechamento do Ambulatório da Sertório

Há algum tempo os trabalhadores vêm denunciando e resistindo ao fechamento do ambulatório do Complexo da Sertório.  A medida vem sendo tomada pela empresa e pela Postal Saúde, sob o argumento de que não seria uma obrigação legal e nem viável financeiramente.

Infelizmente, um acidente ocorrido no local nesta segunda (23), mostrou exatamente o contrário e desmontou o discurso da empresa. Um trabalhador se acidentou gravemente, com intenso sangramento e necessitou de atendimento urgente. E foi exatamente no ambulatório da unidade, que contava com médica e enfermeira, que ele recebeu os primeiros socorros enquanto aguardava a SAMU chegar ao local, o que nem sempre se dá de forma rápida, frente ao brutal desmonte do governo com o próprio SUS.

O ambulatório representa um atendimento que, em alguns casos, pode significar a diferença entre viver e morrer, dependendo da gravidade do ferimento ou situação.

RS NÃO É O ÚNICO

A intenção do Correios/Postal Saúde de fechar ambulatórios e retirar um atendimento importante para os trabalhadores, não se limita ao RS. O objetivo é fechar os sete ambulatórios que existem no País.

A intenção da iniciativa está clara na ata (VEJA AQUI) da reunião do Conselho Deliberativo da Postal Saúde do final de abril, publicada nesta segunda (23). No documento, é tratado, entre outros assuntos, o fechamento dos ambulatórios da Sertório, no RS, e em outras localidades (PB, RJ, Jaguaré, Santo Amaro e Vila Maria).

Entre os argumentos explicitados na Ata, a empresa/Postal justificam o fechamento com o fato de que os ambulatórios estariam atendendo trabalhadores que não estão inseridos no Plano de Saúde, sendo utilizado por terceirizados e, ainda, porque não há nenhum tipo de compartilhamento de valores pelos trabalhadores atendidos, além de problemas estruturais, de funcionamento, de equipamento e até de documentação, o que estaria expondo os Correios e a Postal a multas. Foi citada ainda como motivo de fechamento o “baixo atendimento e resolutividade”.  A empresa só esquece que os “problemas estruturais” são resultado do desmonte que vem sendo promovido por sucessivas gestões da empresa.

Só que no próprio documento está o que talvez seja a verdadeira razão de a empresa interromper este importante serviço para a saúde da categoria. Os dados apresentados ao Conselho apontam que o Correios economizaria R$ 5,8 milhões/ano com o fechamento dos atuais ambulatórios no país. Além disso, a empresa faz novamente o que ela faz de melhor: intrigas e o jogo de colocar trabalhador contra trabalhador, quando diz que “o ônus da manutenção dos ambulatórios é de todos os beneficiários da Postal, já que entra na conta de gastos dos Correios com despesas de suporte à saúde”.

DESCASO COM A VIDA

Como ficou evidente durante a pandemia, a empresa mais uma vez mostra seu descaso com a saúde e a vida dos trabalhadores. O acidente desta segunda deixou claro a necessidade destes setores e a sua não utilização deveria ser motivo de comemoração, porque significaria que as condições de trabalho estão adequadas e preservam a vida e a saúde dos trabalhadores. No entanto, a empresa usa este argumento para precarizar e expor os/as trabalhadores/as, retirando uma importante ferramenta de amparo nos casos de acidentes.

A precarização no Correios não tem fim e chega inclusive à saúde e segurança dos trabalhadores. Tanto que nem os brigadistas, nem cipeiros tinham luvas ou qualquer material de primeiros socorros, e acrescentar a essa precariedade o fechamento do Ambulatório pode trazer imensos e graves prejuízos aos trabalhadores.

Assessoria de Comunicação

24/05/2022 11:58:59

 

Nara Soter

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