Frente Parlamentar em defesa dos Correios do RS fará documento de apoio a greve da categoria
A insegurança no trabalho foi um dos problemas mais destacados na reunião que aconteceu segunda-feira à noite (25), na Assembleia Legislativa, para discutir a situação de crise e ameaça de privatização dos Correios. “Além da falta de efetivo, a questão da violência acomete demais a nossa categoria, hoje uma agência foi assaltada de novo, a Agência Vila Jardim, pela nona vez”, disse o Secretário Geral do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos (Sintect-RS), Yuri Aguiar.
“Quarta-feira da semana passada foi assaltada a Agência Central, quinta-feira a agência Partenon e essa é a realidade recorrente dos nossos locais de trabalho”, completou o dirigente. Também foi mencionado que muitos carteiros têm sido assaltados quando estão fazendo entrega de compras feitas pela internet. Ele e vários outros representantes da categoria participaram da discussão convocada pela Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, presidida pelo deputado estadual Adão Villaverde (PT).
Banco Postal
Os assaltos costumam acontecer nas agências com Banco Postal, que fazem quase todas as operações de um banco normal, como recebimento de contas e empréstimos. Mas, desde o ano passado, os contratos de segurança privada destes locais não estão sendo renovados pela empresa e os vigilantes estão sendo demitidos. Foi o que aconteceu há poucas semanas com a Mobra Serviços de Vigilância, que teve encerrado o seu contrato na empresa e dispensou os vigilantes das agências.
Além disso, o Governo Federal já declarou a intenção de privatizar a empresa, que teve seu último concurso em 2011 e sofre com falta de pessoal, sucateamento e precarização dos serviços. Por tudo isso, desde o dia 20 os Correios estão em greve em todo o país. “Esta situação chegou num limite insustentável, visando à privatização da empresa pelo governo, e impedir isso requer unidade de todos para barrarmos esse processo”, disse Villaverde.
Comissão do sindicato
Uma comissão de diretores e apoios do Sindivigilantes do Sul compareceu à reunião, para apoiar a luta pela manutenção dos Correios como serviço público. “Somos todos solidários à luta dos trabalhadores dos Correios, que serve de exemplo a muitas categorias de nosso Estado”, afirmou Marlon Costa, secretário de Políticas Públicas e Sociais do sindicato.
Segundo ele, as demissões de vigilantes na empresa atingiram cerca de cem famílias e em cerca de 80% das agências não existe mais segurança privada. “Onde está a preocupação dessa empresa com a segurança dos seus trabalhadores?”, questionou. “Nada justifica os cortes de trabalhadores, principalmente na área da segurança, numa conjuntura em que o governo deveria estar preocupado em gerar empregos, mas estão mostrando que não têm preocupação com os trabalhadores, apenas com os empresários”, acrescentou.
O diretor Carlos Schio também interviu, enumerando várias agências importantes que ficaram sem nenhum vigilante e estão totalmente expostas aos perigos da criminalidade.
Carta de apoio
O presidente da CUT, Claudir Nespolo, reforçou que “estamos num momento em que a maioria da classe política está a serviço do empresariado e eles resolveram fazer negócios com os serviços públicos, querem entregar o Brasil para o estrangeiro e todos somos vítimas disso”, afirmou, ressaltando a necessidade da unidade dos trabalhadores neste momento.
Estavam presentes ainda representantes da central CTB, dos deputados Pedro Ruas (PSol) e Maria do Rosário. Ao final da reunião, foi combinado que será divulgada uma carta de apoio dos parlamentares da frente à greve dos trabalhadores dos Correios e também será solicitada à mesa da assembleia a realização de uma audiência pública, mais ampla, para debater a situação da empresa, inclusive no que diz respeito à falta de segurança.
Assessoria de Comunicação
C/Informações do Sindivigilantes do Sul
26/09/2017 11:55:31