Reuniões de negociação são retomadas com debate sobre mulheres e saúde do trabalhador
Na segunda-feira, dia 15, foi retomada a mesa de negociação entre as representações dos trabalhadores e a ECT. O principal tema tratado nesta reunião foi sobre as garantias da mulher trabalhadora dos Correios quando foram reiteradas as solicitações feitas na pauta de reivindicações construída no encontro Nacional de Mulheres da Fentect e referendada no 36° CONREP em mesa que foi conduzida pelas diretoras da Federação e trabalhadoras que compõem o Comando Nacional de Mobilização e Negociação CNMN).
De acordo com a diretora da Subsede Vale do Sinos, Amanda Antunes, que acompanhou a reunião da CNMN, foram tratadas as cláusulas que dizem respeito a pauta das mulheres, de 14 a 21 do atual ACT.
Segundo ela, o Correio basicamente propôs que sejam mantidas as cláusulas como já estão no atual ACT, com pequenas mudanças, mas que não alteram basicamente as estruturas. A empresa, diz ela, não levou em consideração os pedidos de mudanças que iriam garantir melhorias para a mulher trabalhadora ecetista dentro da empresa, como a redução da jornada de trabalho para a pessoa que tenha filhos com deficiência, que já tem sido garantida pela Justiça.
Outros pontos, como uniforme adequado das trabalhadoras, avaliada pelas mulheres como desconfortável e inadequado, também foi colocada na mesa. De acordo com a dirigentes, o atual uniforme de quem é motociclista no Correio, por exemplo, tem o mesmo modelo para homens e mulheres, o que causa grande desconforto para as trabalhadoras.
Elas solicitaram, também, que as ações de educação no Correio cheguem à base e não estejam disponíveis apenas para os cargos administrativos da empresa, mas que seja estendido às ACs, CDDs, CEs, nas áreas operacionais. Foi ainda solicitada medidas de melhorias na cláusula 61, que trata das calamidades, e que, no caso do RS, gerou grande frustação, quando a empresa deu com uma mão e tirou com a outra.
“Queremos que o Correios debata na mesa estas questões e que se chegue a uma redação final, que não fique para depois, para que não aconteça o que ocorreu em 2023 e estes temas importas para as mulheres sejam empurradas com a barriga e se chegue no fim da negociação com diversas questões a serem resolvidas, com o documento sendo assinado às pressas e sem debater as cláusulas de maneira clara”, pontuou ela.
O tema da mulher teve continuidade na reunião da terça-feira (16), quando o principal tema debatido foi a cláusula 21, que trata da equidade de gênero e enfrentamento ao sexismo dentro do Correios e os seus desdobramentos, que não são poucos. “Tivemos alguns avanços, como a obrigatoriedade da inclusão de cotas, de 50% de cotas para as mulheres nas Bolsas de Estudos dos Correios. Estamos pedindo uma reserva de cotas para negros e mulheres nos RIs de funções gerenciais dos Correios”, esclareceu ela. Outro debate importante foi sobre como vai se dar o concurso público do Correios do ponto de vista das cotas.
No encontro da terça, a empresa também trouxe retorno sobre as cláusulas debatidas nas reuniões anteriores:
Sobre a Cláusula 5, que trata de capacitação, uma promessa do Correios que já está no Acordo, foi informado que a capacitação abrangerá as bases e estará distribuída com 40% para as mulheres, 30% para negros e 20% para a área da distribuição; a Cláusula 6, que é Direito das Pessoas LGBTQIAPN+, houve o compromisso da ECT em promover o respeito à comunidade LGBT dentro da empresa; a Cláusula 9, garantia funcionário estudante, será garantido dois dias de licença para o funcionário apresentar o seu trabalho de conclusão, tanto para graduação como pós-graduação; a Cláusula 10, que é Licença de Adoção, aumenta de 12 para crianças com até 14 anos; a Cláusula 11, Licença Paternidade, aumenta de 20 para 22 dias.
Os trabalhadores continuam tratando algumas destas questões no sentido de buscar mais avanços.
Amanda avalia que que houve pequenos avanços fruto das negociações e pressão dos trabalhadores, mas muitos destes temas ainda estão em discussão e representam apenas propostas da empresa e as representações dos trabalhadores ainda estão apresentando contrapropostas.
O próximo tema que está sendo debatido é a saúde do trabalhadores, que terá continuidade nesta quarta-feira (17).
Confira as datas e os próximos pontos a serem tratados:
16/07/2024 – Condições de trabalho
17/07/2024 – Saúde do Trabalhador
18/07/2024 – Relações sindicais
22/07/2024 – Benefícios
23/07/2024 – Benefícios e disposições gerais
24/07/2024 – Proposta financeira
25/07/2024 – Proposta financeira
Veja AQUI os vídeos com a avaliação da representante do SINTECT-RS na CNMN.
Assessoria de Comunicação
16/07/2024 19:30:33