Assembleia aprova estado de greve
Os trabalhadores de Correios reunidos em assembleia no dia 24 de julho, deliberaram aprovar estado de greve e organizar a paralisação para às 23 horas do dia 31 de julho, quarta-feira da próxima semana. Nesta data será realizada nova assembleia para avaliar e decidir sobre o movimento paredista.
A decisão foi tomada depois dos informes sobre a campanha salarial, feitos no início do encontro, onde ficou evidente o total descaso com que os gestores da empresa vêm tratando o processo.
Além dos dirigentes, os trabalhadores também se manifestaram, tratando de temas como a necessidade de continuar e fortalecer a luta contra a reforma da previdência, que será retomada pelo Congresso em agosto, no fim do recesso parlamentar, a luta contra o desmonte da educação, o desemprego, as privatizações e a MP 871 (da “liberdade econômica”), que representa uma nova reforma trabalhista, onde é colocado tudo que os empresários não conseguiram passar na reforma de 2017.
Quanto a campanha salarial, foi denunciada a enrolação da empresa, que até o momento não apresentou uma proposta financeira. A ECT chegou a não comparecer em reuniões pré-agendadas para dar continuidade a discussão sobre a pauta de negociações. Para os trbalhadores esta postura da empresa, tem a clara intenção de apostar na angústia e desmobilização da categoria.
Neste sentido, o SINTECT-RS fez um apelo de que os trabalhadores se mobiizem, acompanhem as negociações e se façam presentes na assembleia dia 31, que irá decidir sobre a greve, como única alternativa dos trabalhadores frente ao descaso e as tentativas de desmonte do ACT que vem sendo feito pela empresa.
Os trabalhadores também se manifestaram quanto as transformações que estão ocorrendo na empresa (redimensionamento no Complexo do CTCE, que repercute em mudanças de turnos, terceirizados e preparando para terceirizar mais; alocação de partes de CEEs nos prédios de CDDs, entre outras medidas) e reforçaram a luta contra a privatização dos Correios.
Em relação a reforma da aposentadoria, foi informado que ainda há uma caminhada até a decisão final, já que a proposta tem que ser votada em segundo turno pelos deputados e depois vai para o Senado. Portanto, é fundamental aumentar a pressão sobre os deputados e nas ruas.
Foram reiterados os prejuízos desta proposta para os trabalhadores de todos os setores e idades e que a proposta representa, na prática, o fim do direito a aposentadoria.
Outro tema presente na assembleia foi a MP 871, conhecida como a “MP da Liberdade Econômica” ou “mini -reforma trabalhista”. A medida, transformada em Projeto de Lei, tramita em tempo recorde nas comissões da Câmara e aprofunda, com mais perversidade, os ataques já colocados na reforma trabalhista. Segundo especialistas, a proposta tem efeitos graves no mundo do trabalho, inclusive nas questões de segurança e saúde do trabalho e outros itens, como criação de regimes especiais de contratação suspendendo acordos coletivos que vedam trabalho aos finais de semana, além de normas da CLT sobre jornadas especiais de trabalho e até a constituição ou não de CIPA que, dependendo do tamanho da empresa, o empregador poderá optar por não ter CIPA.
O SINTECT-RS reforçou que este é outor tema que tem que estar na agenda de luta dos trabalhadores de Correios.
Deliberações
No final da assembleia, entre as deliberações, foi definido:
– aprovar o estado de greve da categoria;
– manter a agitação nos locais de trabalho;
– realizar reuniões setoriais;
– trabalhar conjuntamente com os delegados sindicais nos CDD’s e CEE’s;
– reunião de delegados sindicais na segunda-feira (dia 29/07);
– fortalecer a participação dos trabalhadores na assembleia do dia 31 de julho, com indicativo de greve para as 23 horas do mesmo dia 31.
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Assessoria de Comunicação
24/07/2019 23:11:43