Trabalhadores de Correios encerraram greve, mas continuam luta em defesa do plano de saúde

Os trabalhadores de Correios do RS encerraram, em assembleia realizada na sede da entidade, na segunda, 12, em Porto Alegre, a greve realizada desde a zero hora deste mesmo dia. O retorno será a partir das 23h59 também desta segunda (12).

A decisão foi tomada pelos trabalhadores após a votação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que atendeu a praticamente todas as reivindicações da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), com pequenas alterações.

A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do Trabalho julgou o dissídio coletivo ajuizado pela ECT em meados de 2017 contra diversas entidades sindicais representantes dos trabalhadores de Correios, para impor pagamento de mensalidades para o Plano de Saúde, Postal Saúde – Caixa de Assistência e Saúde dos Empregados dos Correios. A empresa também propôs a retirada de pais do Plano, contrariando os termos do acordo coletivo que está em vigência até 31/7/2018.

A mediação foi conduzida pelo então vice-presidente do TST, ministro Emmanoel Pereira, que apresentou proposta elaborada com a assessoria dos gestores dos planos de saúde do TST e do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF/TO). Como não houve acordo, o caso foi encaminhado à SDC para julgamento. Em fevereiro último, o relator sorteado, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, convocou os Correios e os sindicatos para mais uma tentativa de conciliação, que não ocorreu, levando ao julgamento desta segunda (12).  

Para o Secretário de Imprensa e Divulgação do Sindicato, João Augusto Gomes, a proposta aprovada pelo TST penaliza ainda mais o trabalhador de Correios, que já tem os menores salários entre todas as categorias federais. “Para os trabalhadores, a decisão TST representa os receios que tínhamos, tendo em vista a ofensiva da empresa nos últimos anos, para fazer com que o trabalhador pague pelo plano de saúde. O TST aprovou com pequenas alterações, aquilo que o governo e a ECT queriam”. Segundo ele, o Sindicato está aguardando o acórdão da decisão para definir os melhores encaminhamentos. “Mas a primeira observação é de que os salários dos trabalhadores de Correios sofrerão um grande prejuízo, tendo que pagar mensalidade do Plano, utilizando ou não. Estão perdendo um benefício de longa data, reeditado a cada nova negociação salarial”, acrescentou.

Gomes lembra ainda que em muitas negociações, os trabalhadores abriram mão de reajuste salarial para manter o plano de saúde, que agora vem sendo atacado pela empresa e pelo governo.

Outros estados também devem avaliar ainda hoje ou na terça (13), que encaminhamentos deverão ser tomados a partir de agora.  “Certamente este debate irá retornar na negociação de 2018 /2019, que se dará na data-base a partir de 1º de agosto Os trabalhadores têm plena consciência da necessidade e da importância de ter um plano de saúde para toda a categoria”, finalizou.

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Assessoria de Comunicação

Nara Soter