RS PARALISA E DÁ UM RECADO À EMPRESA: ATAQUES A DIREITOS SERÃO RESPONDIDOS COM MOBILIZAÇÃO!

RS PARALISA E DÁ UM RECADO À EMPRESA: ATAQUES A DIREITOS SERÃO RESPONDIDOS COM MOBILIZAÇÃO!

Depois de enrolar por meses, desrespeitar a mesa de negociação e adiar por diversas vezes a apresentação de uma proposta aos trabalhadores/as de Correios, a empresa joga uma bomba na mesa de negociação na reunião desta terça-feira, dia 9/12: quer o fim do Vale-Peru, o fim dos 70% das férias (que ela nem vinha pagando), rebaixar ainda mais o plano de saúde (a empresa deixaria de ser a mantenedora e de ter responsabilidade com o plano e passaria a oferecer um plano através de uma operadora ou de uma administradora), o fim da entrega matutina e a volta do SD (que estava condicionado à contratação). As reuniões terão prosseguimento nesta quarta e quinta-feira, dias 10 e 11/12, quando a empresa deverá apresentar uma proposta financeira.

A proposta apresentada reforça a importância da decisão da categoria no RS, que definiu o dia 9 como um grande dia de greve estadual, com objetivo de mostrar à empresa a disposição de luta da categoria. Praticamente todas as unidades paralisaram ou tiveram algum tipo de mobilização.

Foi um grande dia de luta contra o descaso do governo, que tirou os Correios da lista das privatizações, mas desde então vem promovendo o sucateamento da empresa, atacando a categoria e aprovando medidas, como a que acabou com a exclusividade dos Correios, que estão contribuindo para afundar a empresa. E o plano de reestruturação anunciado pelo novo presidente da ECT é mais do mesmo, é PDV, é fechamento de agência e isso não contempla a categoria e nem resolve os problemas do Correios.

Na verdade, a decisão da categoria no RS, tomada na assembleia do dia 2 e reiterada na assembleia da segunda (8), já prenunciava que a empresa viria com novos ataques a direitos e conquistas, muitas delas negociadas em troca de reajustes salariais. Soma-se a essa situação os rumores de setores do próprio governo, de que o Correios não teria recursos para pagar o 13º dos trabalhadores/as, que não é um benefício, mas obrigatório por lei.

NÃO TEM COMO CLASSIFICA A POSTURA DA EMPRESA

Durante todo o dia, nas mobilizações nas unidades, os trabalhadores debateram e avaliaram a campanha salarial. E a situação piorou a partir da apresentação da proposta. Para a categoria, não há como classificar a proposta da empresa a não ser de deboche com a mesa de negociação, que desde julho busca negociar uma proposta que garanta minimamente seus direitos e a recuperação das perdas salariais. Na prática, a proposta da empresa passa para os trabalhadores a conta dos desmandos e incompetência das sucessivas gestões do Correios e dos governos ao longo dos anos.

Esta reunião estava marcada desde a semana passada e os trabalhadores tinham a expectativa de que viesse uma proposta minimamente digna, possível de ser levada à assembleias da categoria. Agora, a proposta da empresa, além de vergonhosa, joga nas costas do trabalhador o preço da tal “reestruturação” e da situação financeira da ECT, sem mexer nos altos escalões e sem ouvir e negociar com os trabalhadores. O corte de gastos se limita aos direitos e conquistas históricas dos empregados/as.

Para os trabalhadores, há uma verdadeira ofensiva política e ideológica contra a categoria de Correios, tentando fazer parecer que são os direitos e benefícios os responsáveis pela crise da empresa. Mesmo estando entre os trabalhadores de estatais federais que têm os menores salários, se comparados com outras empresas, há um movimento deliberado de tentar fazer a sociedade acreditar que os trabalhadores de Correios têm benefícios acima do mercado.

TRABALHADORES DO RS DERAM O RECADO

A reedição do ACT e a manutenção de todos os direitos conquistados ao longo de décadas é o ponto de partida de qualquer negociação. Os trabalhadores de Correios foram duramente sacrificados no governo Bolsonaro e agora estão sendo, novamente, a “bola da vez”. Isso não podemos admitir.

Frente a postura da empresa, e dependendo do que for apresentado nas próximas reuniões, temos que deixar claro que não há outro caminho a não ser intensificar as mobilizações da categoria e partir para o enfrentamento, com uma forte greve nacional.

Já estão agendadas assembleias para o dia 16/12, com a deflagração de uma grande greve nacional por tempo indeterminado. E nesta terça-feira (9), o RS deu uma importante demonstração de que os trabalhadores não irão aceitar pagar por essa crise. O movimento paredista gaúcho foi um recado para todos os sindicatos, para a direção das federações, de que a categoria precisa se mobilizar. E essa será a resposta dos trabalhadores/as ao abuso e desrespeito com que a empresa vem tratando a negociação desde o início.

O RS está na luta! Nenhum direito a menos!

Assessoria de Comunicação

09/12/2025 21:55:18

 

Nara Soter

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