CEREST aponta carteiros como um dos profissionais que mais sofreram com transtorno mental entre 2018 e 2022

CEREST aponta carteiros como um dos profissionais que mais sofreram com transtorno mental entre 2018 e 2022

Um estudo do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Porto Alegre apontou os carteiros como uma das categorias profissionais que mais sofreram com transtornos mentais relacionados ao trabalho em Porto Alegre entre 2018 e 2022. Técnicos de enfermagem e professores também estão neste grupo que aponta que nestas categorias, as mulheres são as mais afetadas (77%) contra 23% de homens, de um total de 787 notificações feitas no período à Saúde do Trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde. Os dados estão publicados no Boletim Epidemiológico Transtornos Mentais relacionados ao trabalho, lançado pelo CEREST na primeira quinzena de setembro.
O transtorno mental é caracterizado por uma perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional e no comportamento da pessoa. De acordo com relatório da Organização Mundial da Saúde lançado em 2019, uma em cada oito pessoas viviam, à época do estudo, com transtorno mental relacionado ao trabalho – um total de 970 milhões de pessoas. Do total de casos, os mais prevalentes são a ansiedade e a depressão. Nos dados da OMS, 52,4% dos casos são de mulheres e 47,6%, entre homens.
A publicação traz dado que cruza informações disponíveis nas fichas de notificação entre violência autoprovocada e transtorno mental relacionado ao trabalho.
Esses dados reforçam a importância que é preciso ter em relação a saúde mental do trabalhador e o ambiente de trabalho. É fundamental que as empresas procurem manter ambientes de trabalho saudáveis e que entendam que adoecimento não é somente um acidente com o trabalhador. É preciso atenção com a saúde mental, principalmente em ambientes com pressão por metas, sobrecarga de trabalho e assédio moral como ferramenta de gestão.
De acordo com o CEREST, os transtornos mentais são uma realidade na população, podendo impactar na vida profissional e pessoal dos indivíduos e suas famílias. Apesar de muito prevalentes, há baixo número de registros de transtornos mentais, evidenciando uma subnotificação. Os fatores que determinam a ocorrência desses transtornos são biopsicossociais e envolvem componentes genéticos, ambientais e vivências traumáticas. O trabalho é um fator com potencial de promover saúde ou contribuir para o adoecimento, especialmente o mental.
Entre os fatores potencialmente estressantes relacionados à organização do trabalho, estão a sobrecarga e o desequilíbrio na divisão de tarefas e poder, que podem levar ao assédio moral e a outras formas de violência as quais, por sua vez, podem resultar em consequências negativas para a saúde dos trabalhadores, como o tabagismo, o uso de álcool e outras drogas. Embora o trabalho deva ser uma fonte de satisfação e desenvolvimento humano, dependendo das condições em que é realizado, pode se tornar um fator de risco para o adoecimento.
Assessoria de Comunicação
25/09/2023 16:29:59

Nara Soter

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