ASSEMBLEIA APROVA GREVE ESTADUAL DIA 9 DE DEZEMBRO

ASSEMBLEIA APROVA GREVE ESTADUAL DIA 9 DE DEZEMBRO

Os trabalhadores e trabalhadoras no Correios no RS, aprovaram, em assembleia realizada nesta segunda-feira (8), na sede do Sindicato e transmitida ao vivo pelo Facebook da entidade, greve estadual nesta terça-feira, a partir da zero hora do dia 9 de dezembro.

A paralisação tem como objetivo pressionar a direção dos Correios e o governo federal a apresentar uma proposta que atenda minimamente às reivindicações da categoria na campanha salarial 2025/2026.

A decisão referenda o que já havia sido aprovado na assembleia anterior, realizada dia 2 de dezembro: sem proposta concreta, sem avanço real nos salários, benefícios, condições de trabalho e no plano de saúde, a resposta da categoria será nas ruas e na porta das unidades.

Durante as falas, os dirigentes sindicais esclareceram que, para desfazer mal entendidos e polêmicas nas redes sociais, a entidade cumpriu todas as formalidades legais para que a greve não seja considerada ilegal. Foi explicado que, ao contrário de alguns comentários, a greve deve ser decidida sempre com responsabilidade e cumprindo a lei de greve, especialmente para proteger os próprios trabalhadores. Frisaram que o arcabouço trabalhista e judicial exige uma série de procedimentos para proteger os trabalhadores de retaliações, faltas injustificadas e acusações de abusividade.

Por isso, o SINTECT-RS publicou edital de convocação de assembleia e greve no jornal Zero Hora na sexta-feira (5); comunicou formalmente a empresa, respeitando o prazo de 72 horas previsto na legislação; elaborará a ata da assembleia com a decisão da categoria e encaminhará à empresa; e enviará comunicado à população, explicando os motivos da paralisação. De acordo com os dirigentes, esses são passos necessários para respaldar o movimento, a categoria e o Sindicato. “Somos trabalhadores também, e tudo o que fazemos recai sobre nossos colegas na ponta. Nosso dever é organizar a luta com máxima proteção jurídica para a categoria”, frisaram os dirigentes.

SALÁRIOS DIGNOS, DIREITOS E CORREIO PÚBLICO

Ao entrar no ponto central da assembleia, os dirigentes frisaram que se hoje não há proposta na mesa, a culpa não é da categoria, mas do governo e da direção da empresa, que seguem sem apresentar um acordo que responda às necessidades dos trabalhadores. Entre os pontos denunciados pelos trabalhadores estão o postal saúde, para o qual o Correios paga apenas a parte descontada dos trabalhadores, mas deixam de repassar regularmente a parte patronal (que representa cerca de 70% do total), resultando em suspensão de atendimentos, falta de consulta psicológica, psiquiátrica e outros serviços básicos. Muitos trabalhadores têm sido obrigados a recorrer à Justiça para garantir o mínimo.

Já quanto as condições de trabalho, foram relatadas situações absurdas de carteiros fazendo até cinco distritos diferentes na semana, com dobras sucessivas e sobrecarga insustentável. Falta de limpeza nas unidades, sem condições mínimas de saúde e segurança; pressão e desorganização de horários e assédio organizacional também foram denunciados.

A direção do SINTECT-RS também contextualizou a disputa estratégica em torno dos Correios, num cenário em que o e-commerce cresce mais rápido que a economia de muitos países, gigantes como Mercado Livre e Shopee fazem lobby pesado sobre o Congresso e o governo para ampliar seus espaços e fragilizar a empresa pública ao mesmo tempo em que matérias pagas tentam jogar a culpa da situação financeira do Correios nas costas dos trabalhadores.

“Não foi a categoria que causou essa crise. Quem responde pela situação dos Correios é quem governa, quem tem a caneta na mão. À classe trabalhadora cabe a reação – e é isso que estamos organizando”, disseram.

UNIDADE REAL DA CATEGORIA

Outro ponto ressaltado foi a necessidade de unidade real da categoria, construída com diálogo, confiança e organização coletiva. Como exemplo foram citadas situações recentes como as greves ambientais em unidades como CDD Centro, Menino Deus e CDD Hortênsias, todas organizadas com respaldo jurídico e político; as mobilizações que impediram a imposição de jornadas aos sábados, quando os trabalhadores seguiram a orientação sindical de ir apenas no horário habitual, impondo na prática uma derrota à tentativa de ampliá-las sem negociação, entre outros.

TERÇA-FEIRA NINGUÉM TRABALHA, TODOS EM VIGÍLIA!

Com o movimento aprovado em assembleia e com todas as medidas legais cumpridas, a orientação do Sindicato a partir da zero hora do dia 9 de dezembro é que ninguém trabalhe, mas que se mantenham em vigília em frente as suas unidades. O movimento começa já nos turnos, incluindo os da madrugada.

As demais unidades devem concentrar os trabalhadores em frente aos locais de trabalho em todas as unidades do estado, para dialogar com a categoria, organizar piquetes e garantir a paralisação. Às 10h, estão todos convocados a se concentrarem em frente ao prédio Sede, em Porto Alegre, para um grande ato no centro da Capital.

No interior, a orientação é que delegados sindicais, diretores de subsede e ativistas se organizem para realizar atos e paralisações em suas regiões, em contato permanente com o Sindicato.

Às 14h, está prevista a reunião com a empresa, que se comprometeu a apresentar proposta de reajuste salarial e de benefícios. Não haverá transmissão ao vivo, mas o Sindicato divulgará informes assim que terminar a negociação.

Nesta terça-feira, ninguém trabalha. Cada trabalhadora e cada trabalhador dos Correios no Rio Grande do Sul tem um papel decisivo: estar na porta da unidade, organizar o colega, fortalecer o piquete, construir o ato. Enquanto a direção da empresa estiver reunida, a categoria estará em vigília, firme, mobilizada, mostrando que não aceita mais silêncio, descaso e desrespeito.

Nenhum direito foi dado de graça. Todos foram conquistados na luta. Sem proposta que atenda minimamente a categoria, a categoria mostrará a sua força. TODOS E TODAS NA LUTA!

Assessoria de Comunicação

08/12/2025 22:56:32

 

Nara Soter

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