ASSEMBLEIA DECIDE MANTER ESTADO DE GREVE E PARALISAÇÃO ESTADUAL DIA 9 DE DEZEMBRO

ASSEMBLEIA DECIDE MANTER ESTADO DE GREVE E PARALISAÇÃO ESTADUAL DIA 9 DE DEZEMBRO

Em uma Assembleia marcada por discursos de indignação contra a postura da empresa, os trabalhadores/as do Correios, no RS, deliberaram por manter estado de greve e realizar uma paralisação estadual no dia 9 de dezembro. A assembleia foi realizada na noite do dia 2 de dezembro, presencial em Porto Alegre/Vale do Sinos e Caxias do Sul e foi transmitida ao vivo pelo Facebook do Sindicato. Também não faltaram críticas às duas Federações que representam os trabalhadores em nível nacional e que vêm sendo acusadas pela categoria de não mobilizar os trabalhadores/as e sindicatos para uma grande greve nacional, acreditando nas promessas e desculpas da empresa.

A data do dia 9 foi definida tendo em vista que a empresa marcou reunião de negociação para este dia. A paralisação é uma forma de pressionar a empresa para dar encaminhamento ao Acordo Coletivo que atenda minimamente as reivindicações da categoria. O processo iniciou em agosto (data-base da categoria) e desde então o Correios vem tratando a negociação com descaso, enrolando e postergando o máximo que pode.

Não por acaso, as falas durante a assembleia deixaram claro: basta de descaso, basta de perseguição, basta de ataques aos direitos. A categoria exige respeito, condições dignas de trabalho e um calendário real de mobilização, que coloque a empresa e o governo federal diante das suas responsabilidades.

Além da campanha salarial, as falas trataram da dura realidade enfrentada pelos ecetistas, como assédio moral, transferência forçada de empregados entre setores, sobrecarga, falta de limpeza, condições de trabalho degradantes, adoecimento e a completa ausência de um projeto coerente para a empresa pública.

PANORAMA PREOCUPANTE

O membro do Comando Nacional de Negociações, Rafael, apresentou um panorama preocupante. Segundo ele, as reuniões dos dias 11, 12, 13, 18 e 19 de novembro não trouxeram nenhum avanço real. A empresa se recusou a discutir cláusulas financeiras, declarou que não podia reeditar o ACT, alegando dificuldades financeiras e não apresentou qualquer sinalização sobre reajustes ou benefícios. Além disso, ignorou reivindicações históricas da categoria.

SINDICATO COBRA UNIDADE NACIONAL

Relatando as reuniões nacionais com sindicatos e federações, o SINTECT-RS lembrou que desde setembro vem batalhando para construir um calendário unificado de lutas, com indicativo de greve. Entretanto, acrescentaram os dirigentes, a maioria das direções sindicais do país não aprovou a greve.

Os dirigentes também destacaram que já realizaram cinco assembleias e dezenas de reuniões setoriais para tratar da campanha salarial e mobilizar os/as ecetistas. Reafirmaram que unidade sem luta não serve à categoria. “Só com mobilização nacional, paralisações e enfrentamento conseguiremos ser ouvidos”, afirmou a direção.

SEM PLANO, SEM GESTÃO E SEM RESPEITO À CATEGORIA

Os relatos dos dirigentes demonstraram um cenário de caos no Correios, com a empresa querendo fechar cerca de mil agência e insistindo num PDV que somente irá piorar o quadro já existente. Além disso, outros ataques têm sido sistemático: acabou com o teletrabalho sem diálogo, não tem investido em estrutura nem manutenção das unidades e veículos, derrubou o SRO em plena Black Friday, não cogita cortar gastos na gestão nem nos privilégios dos gestores, entre outros problemas. “O que vemos não é incompetência: é sabotagem contra a empresa pública e contra os trabalhadores”, afirmou a direção.

TRABALHADORES NÃO SE CALARÃO

Nas suas falas, os trabalhadores relataram diversos problemas, que vão além da campanha salarial, como: o assédio moral sistemático em unidades do Estado; troca arbitrária de horários; aberturas de processos disciplinares sem fundamento; “empréstimos” de trabalhadores entre setores, gerando sobrecarga, foram alguns deles.

Estes, aliás, segundo relato da direção na assembleia, foram alguns dos temas tratados esta semana com o Ministério Público do Trabalho (MPT-RS), em audiência solicitada pelo Sindicato, que também convidou os trabalhadores que se dispusessem a oitivas no órgão, a fim de comprovar as denúncias feitas pela entidade.

Outra ação do Sindicato em relação a estes temas foi a reunião com na Superintendência Regional do Trabalho (SRTE-RS) onde foi feita denúncia das situações vivenciadas pela categorias em praticamente todas as unidades do RS, especialmente as que têm impacto na saúde e segurança dos trabalhadores/as.

Tanto a SRTE como o MPT, informaram os dirigentes, irão aprofundar as investigações e estudar medidas para proteger os trabalhadores/as.

ENCAMINHAMENTOS DA ASSEMBLEIA

Depois de cerca de duas horas de debates, os presentes à assembleia aprovaram:

  • Realização de nova assembleia dia 8 de dezembro, com cumprimento formal de todas as regras para validar o movimento paredista do dia 9;
  • Paralisação estadual dia 9, data em que a empresa se comprometeu a apresentar uma proposta à categoria;
  • Reunião de delegados para organizar a paralisação estadual.

Ao final, o SINTECT-RS reiterou que continuará visitando as unidades e mobilizando a categoria e convocou os trabalhadores/as para a assembleia que será realizada dia 8 de dezembro e para que os todos e todas parem maciçamente no dia 9 de dezembro!

SEMINÁRIO DA QUESTÃO RACIAL

Ainda durante a assembleia, o Sindicato reforçou o convite para o Seminário da Questão Racial, reafirmando seu compromisso com o combate ao racismo dentro e fora da empresa. Violências raciais relatadas por trabalhadores demostraram a urgência dessa pauta.

Dia 6 de dezembro, às 14h, no Quilombo dos Silva, participe da atividade do Novembro Negro do SINTECT-RS. Haverá alimentação, distribuição de camisetas e momento cultural. Participe!

CONFIRA AQUI O QUADRO DAS ASSEMBLEIAS NO PAÍS

Assessoria de Comunicação

03/12/2025 16:48:34

 

Nara Soter

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *