Não vamos aceitar agressões machistas e desrespeito

Não vamos aceitar agressões machistas e desrespeito

A publicação abaixo foi feita há poucos dias num grupo de WhatsApp, do qual participam diversos trabalhadores/as de Correios: “Aí está, Ptralha maldita que acredita ser uma lutadora, mas que não passa de uma oportunista, politiqueira… essa ocupa uma secretaria de Diretora no Sintectrs…Onde sou sócio a quase três décadas, onde nunca deixei de fazer parte das lutas da categoria ativamente”  (grifo do Sindicato).

A mensagem ofende a honra, traduz brutal violência em palavras, com objetivo de se impor politicamente. Reproduz a cultura do “machão”, de querer ganhar no grito. Atitude grotesca, desrespeitosa, que fere os ouvidos de todo aquele e aquela que preza por respeito ao outro como, também, deve exigir medidas que façam esse boçal, machista, misógino, calar a boca.

O fato de ser sindicalizado há 30 anos, ser um ativista, não significa nada frente a este comportamento e só demonstra que nada aprendeu neste tempo. Essa condição, de fato, não lhe dá nenhum tipo de autoridade para sua atitude. Pelo contrário, quanto mais “envolvido” no mundo sindical, mais responsável deveria ser.

Segundo o Estatuto do Sindicato (Artigo 4º), são deveres do Sindicato: b) Lutar contra as formas de opressão e exploração e prestar irrestrita solidariedade; (…); c) Lutar pela defesa das liberdades individuais e coletivas, pelo respeito à justiça social”. Já em seu artigo 38º, afirma que “A secretaria da mulher (…) é de sua competência: a) promover o debate na categoria sobre discriminação da mulher no ambiente de trabalho e sociedade”.

Reincidência

Não é a primeira vez que este sujeito age desta forma e é reincidente em atitude de desrespeito. No dia 26 de outubro de 2019 o Sindicato publicou matéria com o título “Os machistas não passarão”. O texto referia-se a uma situação ocorrida com outra diretora mulher. Na matéria explicitava que o caso “foi no Complexo da Sertório, após reunião, realizada com o GERAE (…) Ao deixar as dependências de onde ocorreu a reunião, a diretora foi surpreendida com os gritos de um ex-diretor que se diz ativista porque ela “ousou” intervir em uma conversa informal. Conversa essa que ele estava tendo com o diretor, homem, do Sindicato.”

Uma outra diretora relata os acontecimentos como algo dantesco. “Foi um sem números de impropérios que saíram da boca desse homem. A diretora do Sindicato sofreu ofensas, injúrias, difamações, hostilidades, ameaças, agressões verbais, enfim violência.

Ainda no texto de 2019, diz que “Por hora, queremos aqui reeducá-lo. Para que aprenda de uma vez por todas que as mulheres merecem respeito, como qualquer pessoa. Elas têm voz, atitude, presença, e não dependem do favor de ninguém.”

O machismo se expressa de muitas formas: pela naturalização da responsabilização pelas mulheres das tarefas domésticas, pela visão distorcida da mulher como objeto sexual, pelas piadas e comentários sexistas, pelo maltrato e grosseria e, também, na invisibilização política das mulheres.

Quem acha que o machismo é um meio útil para as disputas políticas, está com um grande problema de ordem moral. E aí os 30 anos de sindicalização, o ativismo sindical, de nada valeram.

O Sindicato se coloca à disposição para a defesa das companheiras mulheres ultrajadas por esse sujeito. E, assim como fizemos em 2019, quando orientamos pelo registro de Boletim de Ocorrência (BO) e disponibilizamos a assistência da assessoria jurídica, estendemos o mesmo para o ocorrido em relação a esta colega ofendida no grupo de WhatsApp.

Pedimos a todos e todas que administram grupos de redes sociais para que, quando ocorrerem fatos semelhantes aos aqui relatados, que automaticamente retirem os machistas dos grupos.

Machistas, misóginos e desrespeitosos não passarão!

Assessoria de Comunicação

22/11/2021 15:19:08

Nara Soter

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