Agora é todos na greve! Esta é a única resposta possível a intransigência da direção do Correios
O SINTECT-RS faz um apelo a quem ainda não está na greve, para que se junte ao movimento
No dia 17 de agosto, um expressivo número de trabalhadores de Correios deu início a uma greve que tem sido considerada uma das maiores dos anos 2000. Além de forte, a greve é justa: trata-se de evitar a destruição do Acordo Coletivo e do fim de conquistas que resultaram de muita luta e demissões de trabalhadores. A greve foi a única alternativa que restou aos trabalhadores depois da proposta absurda, que retira 70 das atuais 79 cláusulas do ACT, ficando basicamente o que consta na CLT.
O Ministério Público do Trabalho tentou e agora, dia 11, o Tribunal Superior do Trabalho também tentou fazer a empresa repensar e apresentar uma outra proposta para chegar a um entendimento. Mas todos os esforços foram inúteis. A direção do Correios se mantém intransigente deixando claro que seu objetivo é mesmo acabar com todos os direitos da categoria e recusa qualquer tipo de negociação.
NÃO PODEMOS PERDER NOSSA CAPACIDADE DE INDIGNAÇÃO
Frente a postura da empresa na audiência de conciliação no TST na sexta-feira (11), somada aos desmandos que vem fazendo em relação a salários, tíquetes, jornadas, trabalhos aos finais de semana e feriados, desvios de função, transferências compulsórias e outras questões, não pode deixar dúvidas nos trabalhadores de que é FUNDAMENTAL TODOS NA GREVE. Não podemos perder nossa
Na sexta-feira, em ato nacional – e no RS também – os trabalhadores reafirmaram a greve. Nesta segunda, o Sindicato faz um apelo para quem ainda não está no movimento que venha para a greve. Estamos lutando contra a completa destruição do nosso acordo coletivo, que representa nossos empregos, o sustento de nossas famílias, nossa dignidade. Não podemos aceitar a forma como a empresa e o governo tratam os trabalhadores, muitas vezes com deboche, como foi o caso do ministro das Comunicações, que disse que não negociava com quem fazia greve pelo vale-perú. Quem ataca os trabalhadores são pessoas estranhas ao Correios, que não fizeram concurso, estão de passagem e ganhando mais de 40 mil reais por mês para destruir os direitos de quem ganha 1700 reais.
VENHA PARA A LUTA!
Quem continua trabalhando, não ganhará nada com isso, a não ser mais humilhação e sofrerá junto com todos, as consequências de perdermos nossos direitos. Por isso, o Sindicato reitera que esta luta é de todos. Ela ultrapassa simpatias ou contrariedades políticas, está além de concordar ou não com a posição do Sindicato, está, inclusive, acima de qualquer pendenga pessoal. É uma luta coletiva para defender agora os nossos direitos e logo ali na frente os nossos empregos.
Lembramos, mais uma vez, alguns dos direitos que estão em jogo nesta greve que, seguramente, não é só pelo vale-perú:
- Redução da Licença-maternidade de 180 dias para 120 dias;
- Redução do pagamento de adicional noturno e de horas extras;
- Fim da indenização por morte;
- Exclusão do auxílio para filhos com necessidades especiais;
- Redução do auxílio-creche;
- Vale-cultura;
- Anuênios;
- Adicional de atividade de distribuição e coleta (AADC);
- Adicional de atividade de tratamento (AAT);
- Adicional de atividade de guichê (AAG);
- Altera a data do dia do pagamento;
- Pagamento de 70% das férias;
- Aumento no compartilhamento do vale-refeição;
- Fim da entrega matutina;
- Garantia de pagamento durante afastamento pelo INSS;
- Vale nas férias;
- Vale nos afastamentos por licença médica;
- Para motoristas, é o fim da cláusula sobre acidente de trânsito;
- Garantias do empregado estudante;
- Licença adoção;
- Acesso às dependências pelo sindicato;
- Atestado de acompanhamento;
- Itens de proteção na baixa umidade;
- Reabilitação profissional;
- Adicional noturno;
- Repouso no domingo;
- Jornada de 40hs;
- Pagamento de 15% aos sábados.
- Baixa remuneração, conforme pode ser visto no exemplo no contracheque abaixo (valores aproximados):
Assessoria de Comunicação
13/09/2020 16:36:52