Negligência da ECT incendeia unidades e coloca em risco a vida dos trabalhadores

Em menos de um ano, quatro unidades dos Correios pegaram fogo. Alvo de incêndios misteriosos, os “acidentes” causam grande estranheza em toda a categoria, que conta com a insegurança nos locais de trabalho, fora a violência das ruas, no dia a dia. Os incêndios também podem servir como desculpas para a tão falada economia que a atual gestão diz que está promovendo em prol da estatal, porém, cortando na carne dos próprios trabalhadores.

Constantemente, os sindicatos têm denunciado as péssimas condições de trabalho nas diferentes unidades pelo País, como foi o caso do Centro de Triagem de Cartas e Encomendas do Correios (CTCE Fortaleza). Entretanto, devido à intransigência da ECT, no dia 13 de fevereiro, justamente esse CTCE entrou para a estatística. O problema lá ia além da parte elétrica, e um trabalho mal feito de refrigeração agravou ainda mais a situação.

Em menos de um mês, dois problemas graves para a estatal. O centro de distribuição da Estrada do Tindiba, em Jacarepaguá (RJ), também entrou na lista no dia 2. A situação foi grave e desabou parte do prédio. Ainda em janeiro, no dia 19, uma unidade em Parauapebas (PA) também sofreu com incêndio de grande proporção.

Problemas estruturais e de negligência da administração dos Correios estão deixando decadentes os espaços de trabalho e acabando com a qualidade dos serviços da estatal. A comunidade também perde com essas situações e os clientes têm de se contentar com as indenizações, ficando sem o que realmente interessa, as cartas e encomendas. Esses ressacirmentos aprofundam uma crise nos Correios, porém, por falta de gestão, já que os gastos indenizando cada cliente prejudicam o crescimento financeiro da empresa. Nos últimos cinco anos, houve um crescimento de 1.054,56%, conforme o relatório de auditoria feita pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU).

Também por isso, a FENTECT reforça que é importante que as entidades representativas continuem denunciando o descaso da empresa com as vidas que mantêm os Correios. É necessária e urgente a luta pela manutenção dos espaços de trabalho, sem reservas, para que, dessa maneira, a empresa continue a figurar entre as mais confiáveis do Brasil. O projeto de terceirização e uma possível privatização dos Correios, pano de fundo para o falado déficit e os cortes da ECT, não podem destruir um patrimônio que está há mais de três séculos entre os cidadãos brasileiros, levando a mais de cinco mil municípios acessibilidade e o direito à comunicação.

Fonte: FENTECT

Nara Soter